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CIOPAer/CE nomeia mulher como piloto das forças de segurança

Ela é a única mulher piloto das forças de segurança do Estado do Ceará e a segunda do sexo feminino a se formar em toda a história da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Trata-se da Tenente da Polícia Militar, Lívia Marinho de Carvalho Galvão (30). 

Em conversa descontraída, a tenente contou um pouco da sua história, desde a entrada na corporação até os desafios de comandar uma tripulação em operações de segurança aérea. Com simpatia e entusiasmo, a policial – que também se mostrou vaidosa momentos antes da entrevista, ao pedir para se preparar para as fotos – destacou a importância de estar em um ambiente que classificou como “sua segunda casa”.

SSPDS Informa: Olá, Tenente Lívia! Como tudo começou? 
Tenente Lívia Marinho:Bem, entrei em março de 2006, na Academia General Edgard Facó, local onde eram formados oficiais da Polícia Militar.

S.I: Quando entrou [na corporação], já tinha a intenção de ingressar para o grupamento militar da CIOPAER?
Ten. Lívia: Quando entrei, não tinha certeza em que local iria desempenhar minhas funções, mas tinha convicção que a Polícia Militar era o local que iriam me ensinar a minha mais nova profissão. E, olhe, não é nada fácil, mas foi engrandecedor tanto no lado pessoal quanto profissional.

S.I: Como partiu a vontade de entrar na Ciopaer? Além disso, como foi o processo e quais foram os requisitos para ingressar na Coordenadoria?
Ten. Lívia: Embora, na época, não conhecesse todos os setores onde a Polícia Militar atuava, no curso de formação, tivemos a oportunidade de conhecer todos os órgão vinculados à SSPDS e as suas coordenadorias, inclusive a Ciopaer. Quando fomos conhecer as estruturas da Coordenadoria, no Aeroporto Internacional Pinto Martins, o local me chamou logo atenção pelo ambiente agradável e que se mostrava prazeroso para quem trabalhava por lá. Foi aí que logo despertou a intenção de um dia poder trabalhar lá. Porém, para entrar na Ciopaer tive de me qualificar, fazer vários cursos na área, além de me submeter a vários exames para saber se não havia qualquer restrição médica.

S.I: Desde que ano está na CIOPAER e para qual cargo entrou quando ingressou? Já entrou como tripulante de voo?
Ten. Lívia: Faço parte com muito orgulho da equipe Ciopaer desde fevereiro de 2012. Entrei como aluno-piloto e, após aulas práticas e teóricas, atualmente sou piloto comercial de helicóptero e segundo piloto em comando em voo visual.

S.I: Como foi o processo para se tornar um segundo piloto em comando em voo visual da Ciopaer?
Ten. Lívia: Cada evolução é avaliada pelos instrutores de voo pertencentes à Ciopaer. Somente quando o aluno atinge um nível aceitável de proficiência para voo é que ele está apto a subir de nível, incluindo visão geral da situação, responsabilidade e respeito à segurança de voo.

S.I: Como você se sente assumindo essa função de comando de aeronave?
Ten. Lívia: O dia que assumi a função de piloto privado de helicóptero foi muito emocionante. Representou um marco para minha carreira. Além do dia do “batismo”, dia em que é dado o tradicional banho de óleo. É uma conquista imensurável atingir cada nível de comando. Isso significa ainda mais estudos, pois o próximo passo é chegar a primeiro comando, em voo visual.

S.I: Se tornar a única mulher a pilotar uma aeronave oficial das forças de segurança do Governo do Estado traz mais responsabilidade?
Ten. Lívia: Ser mulher, policial militar e piloto de helicóptero exige muita responsabilidade, mas encaro com tranquilidade! O que vai me fazer atingir os objetivos é a minha aptidão para desenvolver o voo e nada mais, independente do gênero. O nosso trabalho é levado muito a sério, pois comandar uma aeronave não é o mesmo que dirigir um carro. Afinal de contas, se der algum problema, não existe acostamento no ar. Por isso, a nossa atenção aumenta na proporção da nossa responsabilidade.

S.I: As mulheres têm ganhado mais destaque nas operações de segurança? Qual o diferencial que pode contar positivamente para o número crescente de mulheres na corporação?
Ten. Lívia: Não concordo com a segregação dos sexos. Não gosto de definir “homens são isso” e “mulheres são aquilo”. Prefiro dizer que existem pessoas que desempenham melhores funções que outras, independente do seu sexo. Não sou melhor que nenhum outro piloto na mesma função, passamos pelas mesmas exigências, cobranças e só poderemos evoluir se atingirmos o que é exigido para a função.

S.I: O que você pensa para sua carreira daqui a 20 anos?
Ten. Lívia: Sou realizada no que faço. É muito prazeroso! Meus planos são evoluir até atingir o nível de primeiro em comando em voo por instrumento. O nome é grande, mas é proporcional às máquinas que podem ser pilotadas.

S.I: O que você sente na hora que está pilotando uma aeronave, se responsabilizando pela vida dos seus tripulantes?
Ten. Lívia: É muita emoção em cada voo, seja operação policial ou de resgate. O grau de concentração e dedicação da equipe de serviço influencia muito no êxito de cada missão. Assim, trato todas as operações com total importância, pois quem solicita a Fênix [nome das aeronaves de pequeno porte da Ciopaer] sabe que estaremos lá para o apoio. Somamos com as equipes que trabalham por terra e elas confiam no nosso desempenho.

S.I: Por fim, que conselho você daria para as mulheres que estão entrando na corporação, ou tem vontade de estar, e que desejam assumir cargos importantes como o seu?
Ten. Lívia: Pra quem está entrando na corporação, desejo que se identifique e se realize na função que for desempenhar. Isso ajuda a enfrentar os desafios da profissão, dando mais prazer no trabalho.

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